“ Fitando o céu, eu gostava de imaginar que vivia em uma época mais simples e inocente – de preferência antes de surgirem os seres humanos, quando a Terra era um vasto paraíso verde e quando a crueldade de ferir apenas por puro prazer era completamente desconhecida.” p. 14
Primeiro vou perguntar. Estão preparados para uma leitura
com cenas fortes e sem piedade? Se sim, este livro é para você, caso
contrário...
Shelley e sua mãe têm uma relação ótima, na verdade elas são
mais que mãe e filhas, são melhores amigas, são tudo uma pra outra. Depois de
seus pais se separarem, Shelley ficou com sua mãe e logo se mudaram para o
Chalá Madressilva, um lugar isolado de vizinhos... perfeito para elas.
Por mais que se sentissem bem em sua nova casa, não
imaginariam o que estava por vir. Shelley começa a sofrer nas mãos de suas
ex-melhores amigas, e isso começa com apenas alguns xingamentos e depois alguns
puxões de cabelos... até que tudo se agrava e partem para a agressão física com
ela, passando dos limites e deixando
cicatrizes que vão demorar para se esvaírem.
O bullying marcou muito Shelley, então ela se recusa ir a escola e agora
tem suas aulas em casa.
Shelley em momento algum contou algo para alguém, ai se pode
pensar que ela foi idiota ou até mesmo medrosa, mas as coisas não são bem
assim. Ela e sua mãe foram sempre impotentes à tudo que as atacasse, vendo bem,
percebe-se que Shelley é assim por sua mãe tê-la protegido como um vazo de
vidro. Então é ai que Shelley fala que ela e sua mãe são ratos, pois estão
sempre se escondendo, fugindo... nunca se impondo.
Pensando que comemorariam os 16 anos de Shelley, elas
aproveitam a noite juntas planejando cada detalhe para o dia seguinte, só o que
não imaginariam que esta data nunca seria esquecida realmente, mas o motivo não
era o qual estavam planejando.
Na madrugada de seu aniversário, um ladrão entra na casa
delas, e as prende como reféns. Elas não conseguem acreditar em tal coisa, e
tentam manter a calma, mas é difícil, o ladrão é louco, e o pânico cresce a
cada momento. Entretanto, elas são duas e ele está sozinha, será que não teriam
chance de se safar? Será que vão ser ratos para sempre? Ou será que até os
ratos tem seus limites? Será que vão sempre ter medo dos gatos, ou se eles
entrarem em suas tocas podem se dar mal?
“ A realidade era um massacre diário de inocentes. Era um abatedouro, um açougue, forrado pelos corpos de inúmeros ratos...” p. 68
Este é um thriller psicológico que me surpreendeu, não
esperava tais acontecimentos e simplesmente adorei. Fiquei impressionada por
este ser o primeiro romance do autor, pois a narrativa foi muito bem
construída, tais pensamentos formados por mãe e filha foram perfeitos e o tema
nada fácil ou até mesmo incomum, com cenas fortes e marcantes.
O livro me chochou, deixou um impacto após a leitura e eu
recomendo com certeza!!
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